A Sala Palma de Ouro recebe no dia 16 de maio, às 20h, o novo espetáculo “Cão Sem Plumas”, da Cia de Dança Deborah Colker, responsável pela abertura das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. A estreia nacional está marcada para junho, mas o trabalho da companhia será apresentado pela primeira vez, com entrada franca, através do Circuito Cultural Paulista e apoio da Prefeitura de Salto, por meio da Secretaria da Cultura. A distribuição dos ingressos ocorrerá 1h antes do início do espetáculo.
Bailarinos cobertos de lama num espetáculo que trata da miséria e da destruição da natureza. É o que se verá em Cão Sem Plumas. E é novo de fato: a coreógrafa jamais fizera nada sequer semelhante nos 23 anos de sua companhia – que conta, desde 1995, com o patrocínio da Petrobras. O poema homônimo, publicado em 1950 e um dos mais importantes da obra de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), leva Deborah e seu grupo ao meio da pobreza e da riqueza do Estado de Pernambuco, no Nordeste brasileiro. Um ambiente bem distante da Rússia de Tatyana (2011) e da França de Belle (2014), os últimos balés da companhia.
Na criação de Cão Sem Plumas, Deborah conta com a parceria do cineasta pernambucano Cláudio Assis, diretor de filmes marcantes como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato. Imagens captadas por ele serão projetadas durante o espetáculo – não como pano de fundo, mas como parte fundamental da narrativa.
Outros artistas de Pernambuco têm presença decisiva no projeto, como os músicos Jorge dü Peixe, do grupo Nação Zumbi, e Lirinha. Eles são responsáveis pela trilha sonora – ao lado de Berna Ceppas, habitual parceiro da coreógrafa – e interpretam trechos do poema. “O espetáculo é pernambucano, mas não é regionalista”, ressalta Deborah, que tem como influências Josué de Castro, autor de “Geografia da Fome” e “Homens e Caranguejos”, e o cantor e compositor Chico Science (1966-1997), criador do movimento mangue beat e que pregava a mistura do local com o universal.
No balé, aparecem personagens que são fundamentais para este trabalho de Deborah: os homens-caranguejo, pessoas que vivem e trabalham em torno do mangue no Estado de Pernambuco. Ainda o espetáculo representará, por meio dos bailarinos, a riqueza da fauna como as garças e aves.
No poema O Cão sem Plumas, João Cabral tem como protagonista o Capibaribe, rio que começa no semiárido pernambucano e chega ao Recife. Em quatro partes, o poema acompanha a sujeira das águas, a miséria da população ribeirinha, a desigualdade social, mas também a capacidade que homens e rio têm de se manter vivos, espessos – adjetivo muito usado pelo autor. A expressão “cão sem plumas” diz respeito ao rio e aos homens que dependem dele. Conhecido por seu rigor e pela aversão a sentimentalismos, Cabral utiliza a imagem para retratar com mais força o que é o Capibaribe e a luta das pessoas pela vida.
A Cia de Dança Deborah Colker desenvolveu trabalhos com repercussão internacional, como “O Ovo”, realizado em 2009 para o Cirque du Soleil; e a abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. A Companhia consegue uma estabilidade rara no cenário cultural e por conta deste apoio mantém todo o seu repertório em circulação.
Serviço
Sala da Palma de Ouro
Centro de Educação e Cultura “Anselmo Duarte”
Rua: Prudente de Moraes, 508 – Centro – (11) 4602.8693
Pré-estreia: “Cão sem plumas”
16 de maio – às 20h
Entrada Franca. Classificação Livre
Duração: 1h10 minutos
*A distribuição dos ingressos ocorrerá 1h antes do início do espetáculo
Informações Técnicas
Criação, Coreografia e Direção: DEBORAH COLKER
Direção Executiva: JOÃO ELIAS
Direção Cinematográfica e Dramaturgia: CLAUDIO ASSIS
Direção de Arte e Cenografia: GRINGO CARDIA
Direção Musical: JORGE DÜ PEIXE e BERNA CEPPAS
Participação especial LIRINHA
Desenho de Luz: JORGINHO DE CARVALHO
Figurinos: CLÁUDIA KOPKE
Link para fotos: https://www.flickr.com/photos/ciadeborahcolker/sets/72157678910469903/
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