Durante os quatro dias de Carnaval deste ano, será alterada simbolicamente o nome da Avenida dos Migrantes para “Passarela do Samba – Caju”.
A escolha ocorreu através e votação popular realizada no site da Prefeitura de Salto, que lançou essa proposta de que todos os anos seja feita nova eleição, alterando o nome do homenageado por voto popular.
O nome vencedor concorreu com outras duas figuras folclóricas da cidade. O resultado final foi:
Caju – 51% (341 votos)
Chicão – 30% (198 votos)
Urubatão – 19% (126 votos)
João da Cruz Leite – Caju (1953 – 2021)
João da Cruz Leite, o popular e icônico personagem saltense conhecido como Caju, nasceu em Porto Feliz na Fazenda Jupira em 05 de junho de 1953, filho de Carlota da Cruz Leite, e de José Adriano da Cruz Leite, cresceu e morou com a sua família em Porto Feliz até vir para Salto em meados dos anos de 1970 onde morou no Residencial Rondon, na Rua José de Almeida Campos.
Casou-se a primeira vez com Maria Inês Silva, e desse matrimônio tiveram quatro filhos, sendo: Marli Nazaré da Cruz Leite, Agna Aparecida da Cruz Silva, Alan José da Cruz Leite, e Adriano da Cruz Leite. Posteriormente casou-se com Maria Santos de Almeida, que com suas três filhas, Ana Cláudia, Iara Regina e Paula Cristina, passaram todos a morar na Rua Itapeva, 122, e depois na Rua Botucatu, 201, no bairro Jd. Cidade I.
O primeiro emprego de Caju em Salto foi na empresa Eucatex, onde trabalhou de meados dos anos 1970 até o ano de 1985, e foi onde recebeu o famoso apelido por estar sempre vestido com uma camisa amarela. Logo depois resolveu sair para trabalhar como ambulante vendendo sorvete e pipoca, depois comprou um carrinho e tirou a licença na prefeitura para vender seus produtos, estabelecendo-se ao lado das Lojas Cem, no Centro, e logo depois mudou-se para a Rua Rui Barbosa, quando começou a vender churros, paçoca caseira e quebra-queixo. Conseguiu sua aposentadoria por tempo de serviço em 1998, mas continuou trabalhando com seu carrinho e vendendo seus produtos sempre no mesmo local.
Caju adorava trabalhar e ter contato com as pessoas e com seus clientes, trabalhou em feiras, em festas de condomínios, festas de empresas, trabalhou nos carnavais e em eventos da cidade, sempre com muito compromisso e dedicação ao seu trabalho. Ele mesmo desenvolveu as receitas de seus produtos, desde os churros, a paçoca e o quebra-queixo, tudo muito bem organizado, bem arrumado, e tinha máquinas reservas para caso ocorresse algum problema. Sempre criativo, mantinha pendurado em seu carrinho o famoso slogan de sua empresa: “Não fume, coma Churros!”, e a cada pessoa que passava e o cumprimentava ele fazia o icônico gestual: uma careta e um som realizado com o balançar das bochechas, arrancando gargalhadas e risos de quem estava próximo.
João da Cruz Leite, o Caju, faleceu em 14 de junho de 2021, deixando vazio, não somente a esquina da Rua Rui Barbosa com a Rua 23 de maio, mas também, toda a cidade de Salto que ficou menos alegre com a sua partida e sua presença diária pelo Centro da cidade.
Historiador e Pesquisador: Chell Oliveira
Colaboração: Maria Santos de Almeida
Fotos do Caju: www.facebook.com/biografiasafrosaltenses
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